BES: Luís Horta e Costa cansado de ouvir pessoas "que não sabiam nada de nada"
O administrador da ESCOM Luís Horta e Costa disse hoje estar cansado de ouvir pessoas que "não sabiam nada de nada" sobre as empresas onde trabalhavam, isto referindo-se à situação do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).
"Estou um bocado cansado de ouvir dizer as pessoas que não sabiam nada de nada", revelou o responsável no parlamento, declarando que na ESCOM, onde exerce funções, "trabalha e não joga sudoku".
"As grandes questões da ESCOM eu, se puder, com todo o gosto, estarei aqui para lhe responder", prosseguiu, dirigindo-se ao deputado do PSD Paulo Rios, que o questionava na comissão de inquérito à gestão do BES e do GES.
Luís Horta e Costa está hoje a ser ouvido pelos deputados desde cerca das 16:15, tendo, ao contrário da maioria dos depoentes, optado por não fazer uma declaração inicial, respondendo de imediato às perguntas dos parlamentares.
Cerca das 18:20 o responsável respondia ainda ao primeiro bloco de questões das diferentes bancadas.
O grupo ESCOM foi fundado em 1993 pelo GES e por Hélder Bataglia. A atividade do grupo centra-se predominantemente em Angola, sobretudo no imobiliário e na exploração de diamantes.
A ESCOM foi consultora do German Submarine Consorcium, ao qual o Estado português adjudicou, em 2004, o concurso para dois navios submergíveis, cujo primeiro viria a ser entregue em 2010, com custos superiores a 800 milhões de euros, mas com contrapartidas previstas, pelo menos, de 100%.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".